ATA DA CENTÉSIMA TRIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 04.12.1992.

 


Aos quatro dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Trigésima Oitava Sessão Ordinária da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, João Dib, João Verle, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Omar Ferri, Wilton Araújo, Mário Fraga, Divo do Canto e João Bosco. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Centésima Trigésima Sétima Sessão Ordinária e da Qüinquagésima Terceira Sessão Solene, as quais deixaram de ser votadas face à inexistência de “quorum” deliberativo. Do EXPEDIENTE constou o Ofício nº 2301/91, da Casa. À MESA foi encaminhado pelo Vereador Vicente Dutra 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 179/92 (Processo nº 2377/92). Em PAUTA – Discussão Preliminar esteve, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 168/92. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib disse que a Administração Municipal não responde os Pedidos de Informações dos Parlamentares desta Casa, no que se refere aos gastos com publicidade e propaganda. Afirmou, ainda, que o Executivo Municipal não respeita este Legislativo pois apresenta sua prestação de contas no Largo Glênio Peres e não na Comissão de Finanças e Orçamento. O Vereador Isaac Ainhorn reportou-se sobre a votação do Imposto Predial e Territorial Urbano por este Legislativo, dizendo tratar-se da questão mais importante a ser definida antes do fim desta Legislatura. Afirmou que as negociações propostas pela Bancada do PT e pelo Executivo Municipal não representam redução do referido imposto e, ainda, que não ocorrerão negociações que possam comprometer esta Casa. A seguir, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador Artur Zanella, acerca de Requerimento encaminhado por Sua Excelência, solicitando que seja ouvida a Auditoria da Casa ou a Comissão de Constituição e Justiça sobre o seu possível impedimento na votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 165/92. Às nove horas e quarenta minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Dilamar Machado e secretariados pelo Vereador Luiz Braz, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Luiz Braz, Secretário “ad hoc”, determinei se lavrasse a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

Solicito ao Ver. Luiz  Braz que secretarie “ad hoc” e proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC” (Luiz Braz): Doze Vereadores em Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum” para deliberação.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estou examinando todos os Processos que falam de nome de ruas, declarações de utilidade pública, alienação de próprios municipais, que estão se eternizando, vou encaminhar Requerimento para que sejam votados de forma prioritária, desde que não seja o do Forte pepino.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa colocará em votação quando houver “quorum”.

Passamos à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2222/92 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/92, de autoria do Ver. Luiz Braz, que autoriza o Comércio Ambulante com fim específico para conserto de sapatos e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos para discutir a Pauta.

Com a palavra, o Ver. João Dib, em Comunicação de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na segunda-feira nós passamos o dia aqui debatendo os Orçamentos da Prefeitura. Falamos muito sobre publicidade, sobre gastos excessivos e parece que deixamos só por isso mesmo.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, reiteradas vezes tenho vindo a esta tribuna pedindo contas do art. 125 da Lei Orgânica, pedindo que a Prefeitura responda a Pedidos de Informações. E a Administração da Prefeitura simplesmente desconhece, desconsidera esta Casa, desrespeita esta Casa, porque não responde aos Pedidos de Informações. Eu tenho aqui um, datado de 14 de agosto, e que peço na forma que consta no art. 125 da Lei Orgânica, quais foram, discriminadamente, os editais, a campanha publicitária, e a arte final de documentos etc. Em junho e julho do corrente ano na Administração Centralizada, Autarquias, Fundações, empresas de economia mista. O Pedido foi encaminhado no dia 25 de agosto, o prazo de 30 dias inspirou no dia 24 de setembro, a prorrogação de 15 dias findou no dia 9 de outubro. Mesmo assim, 35 dias depois, no dia 3 de novembro, não havia informação e eu reiterei a necessidade de informação. Aqui diz: “Sobre as ações político-administrativas, desatender sem justo motivo as convocações, os Pedidos de Informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular”. Mas a Administração da Prefeitura teima em desrespeitar esta Casa. (Lê.) “Ficam os Poderes Executivo e Legislativo obrigados a publicar bimestralmente as despesas com publicidade e propaganda pagas, a relação de agências contratadas e os veículos de comunicação social utilizados.” Isto é obrigação da Prefeitura, mas, também, é obrigação da Prefeitura responder os Pedidos de Informação dos Vereadores desta Casa. Vejam o desprestigio que a Câmara Municipal tem junto ao Executivo, o Prefeito diz que vai prestar contas no Largo Glênio Peres, não na Comissão de Finanças, não na Casa do Povo e, no dia 30 de novembro, quando discutíamos, aqui, os gastos de publicidade da Prefeitura para, talvez, dizer: “o Ver. João Dib não tem razão porque vive reclamando o art. 125 da Lei Orgânica”. O Diário Oficial trazia a seguinte informação: “Informamos os valores gastos em publicidade nos meses de julho e agosto de 1992 para atendimento do art. 125 da Lei Orgânica”. Não atende muito bem, a mesma coisa que Tribuna Popular, que lá não funciona, apesar de ter um decreto. Julho: um bilhão, 44 milhões de publicidade; 8 milhões, 600 mil e uns quebrados, jornal próprio. Agosto: 425 milhões de publicidade; 15 milhões do jornal próprio. Agências e veículos utilizados no período, eu não sei, evidentemente tem jornalistas e o Presidente da Comissão de Finanças é jornalista, e há de me dizer se tem um veículo de publicidade, aqui. Agência Um, Expressão, Êxito, Módulo, MPM, Quality é Xerox, e por isso eu tenho dificuldade, Trama RS, Escala, Paz, CORAG, Empresa Jornalística Caldas Júnior, Zero Hora - Zero Hora eu leio -, JC Jarros, Rádio Guaíba, Rádio Days, eu não sei, rádio pioneiro, Rede Popular de Comunicações, Rede Riograndense de Emissoras. Prestadores de serviços Gráfica, Empreendimentos Gráficos, Arte não sei o quê e Gráfica Metrópole.

Acho, Sr. Presidente, que apenas é mais um desrespeito a esta Casa. E tenho as minhas dúvidas se outras vezes esta publicação foi feita no Diário Oficial. Talvez o Ver. João Verle que foi Secretário da Fazenda possa nos dizer.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDT. Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISSAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não há dúvida nenhuma de que a questão mais importante que esta Câmara tem a decidir, até 15 de dezembro, é o IPTU.

Talvez a última questão relevante que vamos tratar nesta Legislatura, que se encerra em 31 de dezembro. Nós, da Câmara, aprovamos um Projeto que representou uma redução efetiva para os contribuintes de Porto Alegre. O Prefeito, ao mesmo tempo em que anuncia vetos a essa Lei, através dos seus diversos canais, um deles a Liderança do PT na Casa, acena com negociações tímidas que, na essência, não representam a redução do IPTU. Tenho certeza de que esta Legislatura que se encerra vai manter a coerência, vai dar a resposta ao Prefeito em relação ao IPTU 1992. Quando ela se autoconvocou extraordinariamente, em janeiro deste ano, e aprovou a Lei estabelecendo mecanismos de redução de 20% para quem pagasse à vista, e de anistia de três prestações para quem optasse pelo pagamento parcelado, após, recebeu o Veto e a Casa rapidamente derrubou o Veto. Razão pela qual o Sr. Prefeito foi à Justiça e argüiu a inconstitucionalidade da Lei, reconhecida pelo Tribunal, por haver vício de iniciativa.

Mas, desta vez não há vício de iniciativa. Pode o PT pretender, como ao final do ano passado fez, as negociações mais espúrias que atravessaram esta Casa, mas acredito sinceramente que, neste ano, não vai haver espaços para negociações espúrias que desacreditam os segmentos políticos da sociedade brasileira. E o PT, que tem tido uma posição de jogar em nome da transparência, é o primeiro a propor negociações muitas vezes baixas e mesquinhas, para admitir e negociar projetos de seu interesse nesta Casa. Eu acredito que o Sr. Tarso Genro não vai propor que a Bancada do PT, em nível estadual, não faça mais oposição ao Governo Collares, em contrapartida para vir aqui na Bancada do PDT manter o Veto do Sr. Prefeito. Isso, eu acredito, que sinceramente não vai acontecer, porque evidentemente com sua coerência, com sua linha histórica, o PDT, o Partido Democrático Trabalhista, não vai participar jamais de propostas que viriam neste gênero. Pode o Sr. Tarso Genro estar maquinando manobras dessa natureza, mas eu não tenho dúvidas de que não vai haver espaços para que se pratiquem atos contra a população de Porto Alegre, contra milhares de contribuintes que deixaram de pagar o IPTU em 1992, por não terem condições, pela própria trapalhada, em que Câmara e Executivo participaram e levaram com que a população não pagasse o IPTU em 1992.

E mais, além disso, este imposto deste ano é, para muitos segmentos da sociedade porto-alegrense, impagável. O Sr. Tarso Genro que inaugura sua Administração em 1º de janeiro, e que tem feito elogiáveis visitas de cortesia a esta Casa, ao Governador do Estado, à Juventude Socialista do PDT, no dia de ontem, na sede do nosso diretório metropolitano, esteve lá o Sr. Tarso Genro ontem à tarde, na sede do PDT, evidentemente terá uma resposta de cortesia aos seus gestos de convívio civilizado, entre partidos que têm projetos diferentes para a sociedade brasileira, em alguns pontos até próximos, mas nessa questão do IPTU, não acredito mais que haja espaço para qualquer tipo de negociação, que não seja a redução do imposto, muito menos para negociação de natureza espúria, que comprometam a classe política. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa determina, solicita ao nobre Ver. Luiz Braz, como Secretário “ad hoc”, que efetue a chamada de verificação de “quorum” para ingresso na Ordem do Dia.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, identificando que talvez não haja “quorum” e a Sessão eventualmente será encerrada, eu queria uma Questão de Ordem para informar a V. Exª que eu protocolei um Requerimento e que a cópia, neste momento, fosse, com a maior rapidez possível, uma solicitação para que V. Exª determine à Auditoria ou à Comissão de Justiça, uma questão que eu levanto sobre o problema da votação do Projeto do Fundo de Aposentadoria, perguntando se no meu caso específico, que já entreguei um documento à Mesa dizendo que não pretendo aposentar-me naquele Fundo, se estou impedido ou não desta votação. Eu gostaria, por favor, que encaminhasse tão rapidamente possível, para que eu possa saber porque a minha situação é diferente do Ver. João Dib, porque o Ver. João Dib já é aposentado e eu não sou aposentado do Fundo, tenho uma expectativa de direito, não pretendo me aposentar, já entreguei um documento à Mesa, semana passada, dizendo que não pretendo me aposentar. Só quero saber onde anda meu dinheiro depois, mas isso é outra coisa. Então, antes que encerre a Sessão, que V. Exª determine com a maior rapidez possível para que eu saiba se posso votar ou não este Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella, já foi encaminhado à Auditoria o Requerimento de V. Exª, mas eu gostaria de, para tranqüilizá-lo, para adiantar, que é pensamento deste Vereador, como autor da matéria, retirá-la de votação, tendo em vista as aulas de ética que estão sendo pregadas na Cidade afora e nesta Casa.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Gostei das aulas de ética pregadas na Cidade. Mas, Sr. Presidente, a não ser que o Ver. Zanella tenha cassado o meu mandato.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pediria para deixar este tipo de debate para um tempo oportuno.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o que eu quis dizer é que o Ver. João Antonio Dib já se aposentou em determinado momento e já recebeu mais de cinco anos este Fundo, e eu não recebi nada. Quero deixar bem claro. Quando S. Exª não era Vereador, e eu não recebi em momento algum. É que saiu no jornal que era beneficiário. Não, eu não vou receber, já entreguei um documento à Câmara neste sentido. Faço referência que quando V. Exª, Ver. João Dib, foi Prefeito, V. Exª recebeu como Vereador, como aposentado. Dentro da lei, evidentemente. Nunca esperaria que V. Exª recebesse durante cinco anos e meio, junto com o salário de Prefeito, contra a lei.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Secretário “ad hoc”, Ver. Luiz Braz, que proceda à chamada para verificação de “quorum”.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito aos Srs. Vereadores que solicitem as Questões de Ordem baseadas no Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, como o Projeto que se encontra hoje para renovação de votação recebeu um Requerimento do Ver. Artur Zanella para a ouvida da Auditoria da Casa, entendo que, pela relevância da matéria, se ouça também a Comissão de Justiça, a menos que S. Exª já tenha solicitado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que o Ver. Artur Zanella solicitou parecer da Auditoria ou da Comissão de Justiça. A Mesa optou pela Auditoria, pela agilidade do processo. Quando retornar se discutirá a necessidade de também se ouvir a Comissão de Justiça.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC” (Luiz Braz): (Faz a chamada nominal para verificação de “quorum”.) Há 15 Srs. Vereadores em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Há quinze Vereadores presentes. Não há “quorum” para a Ordem do Dia.

Está encerrada a Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 09h40min.)

 

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